A seguir, textos de Pesquisadores, Professores e Críticos de Arte, que se debruçaram sobre a obra do artista.


Abstrato Singular De Fernando Freitas Pinto

"O artista transmite ao espectador a intensidade
do seu sentimento em relação ao ato de pintar"


"O abstracionismo liberou a arte dos limites realistas, multiplicando as possibilidades do artista criar sua própria pintura.

Sem a predeterminação das formas o artista se concentra no ato de pintar, e quando acrescenta à espontaneidade informal, um sólido conhecimento da técnica da pintura, o abstrato ganha sugestiva atmosfera, como pode se ver na fase mais recente da pintura de Fernando Freitas Pinto.

A natureza delicada do abstrato de Fernando tem um ritmo sutil que faz a superfície parecer ondulante.Freitas Pinto, o artista, transmite ao espectador a intensidade do seu sentimento em relação ao ato de pintar, ao enfatizar a vivacidade das cores no empasto do branco onde o marrom ganha ricas texturas, ativando a energia da superfície com inesperada luz. Essa destreza no manejo das tintas assegura a qualidade original do estilo abstrato do artista (MATTOS, 2007).

Matilde Matos - Crítica de Arte - 2006


As Pinturas Dinâmicas de Fernando Freitas Pinto

Sua transposição do elemento figurativo em novas formas
de arabescos empresta uma nova realidade visual..
          

"A biografia do artista bem representa sua Via Crucis, as várias as etapas de sua formação e inspiração ao longo da vida. Dentro da vivencia universitária e fora dela, Fernando bem representa o esforço de auto superação como Artista, Professor e Pedagogo.
Vi alguns exemplares de suas pinturas dos últimos 20 anos em visita a seu Atelier - residência. Atraiu-me a atenção o trabalho desenvolvido sobre a temática da cerâmica popular do recôncavo baiano. Sua transposição do elemento figurativo em novas formas de arabescos empresta uma nova realidade visual.Suas cores são fortes. Seu objetivo, a meu modo de ver, foi alcançado através da filtragem das artes visuais, no caso especifico o da pintura.
Percebo como colega seu esforço de auto superação, especialmente nas suas fases mais recentes. Suas pinturas são dinâmicas e atuais e sua gama de cor é rica e forte.
O trabalho de Fernando Freitas Pinto funde-se com a sua cordialidade de homem e sua historia de artista da nossa Cidade caracteriza sua maturidade e sua experiência, como tal tenho a satisfação de parabenizá-lo para o sucesso sua próxima exposição.Desejo-lhe vida longa e muito trabalho para o futuro, juntamente com um forte abraço do amigo."

Mário Cravo Jr. - Artista plástico - 2006


O Neo-Geo De Fernando Freitas Pinto


"Freitas Pinto traduz o seu sentimento e assegura
o frescor desses novos trabalhos." 
                     

"O uso contínuo e rigoroso apuro de técnica vem imprimindo constante renovação à pintura abstrata de Fernando Freitas Pinto. Atento para a pintura em si e o que ela induz em termos de volume, luz e sombra, o artista desenvolve o seu próprio código nos jogos virtuais que estrutura no espaço de cada tela dessa fase mais recente.

Na subversão anti acadêmica de formas geométricas, cores fortes e infalível gosto pelas dissonâncias, Freitas Pinto traduz o seu sentimento e assegura o frescor desses novos trabalhos."

Matilde Matos - Crítica de Arte - 2006


Os Elementos simbólicos da pintura de Freitas Pinto

"Todas as cores se reúnem na sua superfície
pretendendo chegar a uma cor, a cor da Bahia"

"A sua arte está fincada na vivência da sua terra, não por um trabalho da memória ou do inconsciente ou da ilusão, pois o que o rodeia é o seu centro, a sua composição, o seu elemento uma arte das origens, da vida popular, das manifestações culturais. Esta identificação com a terra não torna a sua arte referencial, mesmo que trate fundamentalmente do que o cerca, da importância da realidade nas suas formas e símbolos, sem disfarce. É uma arte criada através da geografia das suas circunstâncias.

Uma arte que vem desde o começo incorporando a representação de uma Bahia através de elementos simbólicos, um fazer com um estilo bem pessoal, onde se apropria e traduz não apenas de uma temática, mas o mais recente nas artes plásticas, não fosse ele também um estudioso e um professor da Escola de Belas Artes.

É com este objetivo que a sua criação ao colocar as figuras de seus temas, quase sempre símbolos de uma artesania popular, os coloca diante (ou através) de uma geometrização, algumas vezes até uma abstratização, elaborada pela escala das cores com que faz a sua arte, uma linguagem mais para a transposição que a descrição.

Nas suas cores estão os elementos definidores dos seus trabalhos, a sua visualização: é da cor do barro que nasce o vaso de cerâmica, é da cor da madeira que surge o berimbau, para citar dois exemplos, e todas as cores se reúnem na sua superfície pretendendo chegar a uma cor, a cor da Bahia - esta sua terra.

A cor traz o tema e o desenvolve na busca de uma pintura que revele a geografia em que vive e a circunstância em que se encontra."

Claudius Portugal - Crítico de Arte e Escritor - 2002


A Arte colorida e vigorosa de Fernando
Freitas Pinto

"Fernando sabe captar cada detalhe com sua paciência de um monge, capaz
de se interiorizar até no meio de uma multidão. Com gestos cuidadosamente
comedidos Fernando vai criando o seu mundo pictórico calcado em nossas
raízes, naquilo que ainda existe de mais puro." 
                                                

"Desde o princípio da humanidade existe uma relação muito forte entre o homem e os utensílios de barro. Após a busca de local seguro para dormir, o homem primitivo procurou também criar utensílios como machados de pedra e numa etapa posterior, fabricar utensílios de barro, cuidadosamente guardados nas cavernas. De lá para cá, os utensílios de barro nunca deixaram de ser fabricados.

São potes, porrões imensos que povoam a nossa infância, principalmente daqueles que são oriundos do interior. Ali era guardada a água, que ficava muito fria: era a geladeira do sertão.
Mas, porque estou falando de potes e porrões de barro? Exatamente porque Fernando Freitas Pinto foi buscar a sua inspiração nesses utensílios domésticos, transformando -os em elementos plásticos, colorindo -os e facetando - os para enriquecer com suas formas arredondadas e voluptuosas. As composições por ele criadas deram mais dignidade ainda a estes objetos tão presentes na cultura popular.

Agora , vejo o Fernando entusiasmado com a riqueza de detalhes do berimbau com seu arco pintado com elementos de cores diversas, a cabaça que dá ressonância ao som que sai do arame esticado nas duas pontas do arco.

Fernando sabe captar cada detalhe com sua paciência de um monge, capaz de se interiorizar até no meio de uma multidão. Com gestos cuidadosamente comedidos Fernando vai criando o seu mundo pictórico calcado em nossas raízes, naquilo que ainda existe de mais puro.
Fico realmente alegre quando vejo um artista voltado para o nosso mundo.

Não é preciso olhar para outros horizontes para paisagens e coisas estrangeiras para se produzir uma arte vigorosa .Aqui temos realmente muitos pontos de referências que podem ser explorados plasticamente. Esta exposição com trabalhos realizados nos últimos dez anos, é uma ligeira retrospectiva deste período. Ele apresenta sua produção em etapas distintas : de 1990 a 1993 as obras geometrizadas com massas e volumes informais em cores chapadas, destacando os potes e detalhes em transparências; a segunda, vai de 1993 a 1996, foi a época da premiação da Copene; a terceira , etapa corresponde ao ano de 19996 com a mostra " Berimbau sim. Berimbau não, e as mostras " Pinte no Pelô , "Arte Salvador 450 anos, catalogada", Fundação Gregório de Matos - MAM.

E finalmente, agora com uma temática com as tramas em formas abstratas de intenso colorido. Portanto, esta exposição marca também início de uma nova fase, quando o artista demonstra mais uma vez que é preciso olhar ao redor. São obras calcadas nas tramas de nossas esteiras, que os índios e o homem do interior utilizam para descansar."

Reynivaldo Brito - Jornalista, Professor e Crítico de Arte - 2001


A Arte Reflexiva de Fernando Freitas Pinto

"Quem acompanha a obra de Fernando não se surpreende ao contemplar suas
quatro fases, todas voltadas para a temática do artesanato regional."            

"Rompeu o século... Um novo milênio, com a expectativa de uma grande reflexão. Nunca o presente esteve tão próximo do limiar entre o passado e o futuro. Dois mil anos de cristianismo, quinhentos anos de Brasil... Uma nova era. O passado retorna em flashes. Como um lastro cultural.

O futuro se apresenta em conjecturas, como uma nova esperança projetada no porvir. O presente se manifesta em contradições, polêmicas, questionamentos, revisões, esperanças, conflitos, expectativas... Momentos de êxtase: celebrações de calendário! Nesse contexto, a vida continua e o tempo,implacável, recolhe suas migalhas e recicla as folhas que caem para um contínuo desabrochar. Uns esperam, alguns planejam, outros executam.
E o presente, registra-se através daqueles que, conscientemente, acontecem, como uma presença constante e indispensável no processo da vida. Fernando Freitas Pinto é uma dessas presenças.

No dia 12 de janeiro, Fernando inaugurou uma exposição retrospectiva no Conjunto Cultural da Caixa(antiga Casa de Oração dos Jesuítas), em Salvador, comemorativa dos 140 anos da Caixa Econômica Federal e intitulada "CONFIGURAÇÕES - FORMA E CONTEÚDO".
Foram quarenta telas a óleo, que traduzem a produção do artista ao longo da última década. Quem acompanha a obra de Fernando não se surpreende ao contemplar suas quatro fases, todas voltadas para a temática do artesanato regional. O grau de interpretação do artista, inspirado na cultura local, extrai da linguagem popular, ícones de forma e conteúdo, capazes de expressar-se na arte contemporânea, em configurações de plena maturidade e qualidade artísticas.

São potes cerâmicos que dialogam com o geometrismo de cromos vibrantes, em contraponto de formas e cores ou em composições descontrutivistas, sólidas ao mesmo tempo que fluídas.
São formas presentes no nosso quotidiano, introjetadas no universo pictórico, com a sutileza do diálogo entre a raiz e a vanguarda e apresentadas em duas fases distintas e complementares. Os potes cedem lugar à cabaça, que compõe com o arco e a corda, a trilogia do berimbau, nas suas expressões multicoloridas, apresentadas sob prismas de composição em "natureza morta" ou "detalhes em close".

Essa série é de intensa riqueza plástica e pictórica, como a refletir o eco de uma nota solta no ar. São cores vibrantes e tão surpreendentes quanto familiares que, no detalhe, nos remetem ao todo. Forma e conteúdo, mais uma vez, se confundem, num lirismo pictórico-musical, onde a cor se expressa como se cada detalhe assumisse uma nota.

E, nesse processo, que sai do pote para o berimbau, a abstração se projeta como uma consequente escala compositiva, nas tramas multicoloridas, inspiradas na cestaria popular. Mais uma vez, o artista recorre às raízes da sua cultura, no cotidiano das construções vernaculares, para ousar, remetendo-as ao subjetivo universo da criação.
São entrelaçamentos que se somam em formas e cores, para uma composição cromática que tende ao abstracionismo, não obstante suas fortes raízes. Fernando tece e se revela, cada vez mais, um artista criativo, inovador, coerente e sensível o universo que lhe rodeia... erudito e vernácula.

Suas obras traduzem o cotidiano de um artista reflexivo, pesquisador, inserido no contexto universitário como conceituado professor da Escola de Belas Artes da UFBA e como renomado artista plástico, pintor de cores vigorosas e de singular expressão.
Sua presença não se faz, unicamente, através de sua obra, já tão significativa no panorama da arte baiana e com perspectivas de alcance mais amplo mas, também, pelo ser humano insuperável na arte de conquistar amigos, de solidarizar e de confraternizar, juntamente com Maria da Graça.

Conclusivamente, grande musa nos bastidores do artista, Graça Pinto transpôs o ateliê do artista, com o que havia de mais expressivo, de forma acolhedora e didática, a nos revelar Fernando Freitas Pinto na sua intimidade criativa."

Francisco Senna - Historiador, Arquiteto e Professor - 2001


Cores, luzes, linhas, planos, texturas…

O artista descobre ainda o movimento da cor, indo do fazer
popular, diante do motivo, até chegar à obra de arte."        
"São variações de quantidades de luz reduzidas
a qualidades diferentes de cor." (Mondrian).
    

"É na emanação do psiquismo humano que se apresenta o figurativo ou o não figurativo, a depender da atitude do artista perante a vida. Ele elabora uma ordem tão criativa quanto a sua originalidade é racional; gerando uma criação inconsciente com uma consciente organização - sem perder a forma de objeto de cultura que se torna objeto de arte.

A linguagem auto suficiente da trama mostra uma composição que depende de repetição e continuidade, sendo expressiva e eloquente. Na eliminação da dualidade figura e fundo o artista elabora formas unitárias e autônomas.São muitas as percepções, mas na realidade é uma única forma - o trançado, com tramas reais.Na ampliação das linhas surgem as "tesselas" de cores vibrantes e dimensões variadas que remetem aos fragmentos dos vitrais. Fernando, na sua contemporaneidade busca na aparência do trançado a transparência da abstração. As telas amplas formam trípticos, juntas ou independentes elas preenchem um espaço que permite ao perceptor olhar, comparar, analisar e contemplar - " a obra como todo, eis o que interessa". (Stangos). Cores, luzes, linhas, planos, texturas, formam as tramas e os trançados que na criação da obra tornam-se inseparáveis.

"Quando a cor é dada a sua riqueza, a forma adquire a sua plenitude," ( Cézanne).O artista conseguiu esta união! Nesta pluralidade, a obra é então desvelada pelo saber e pelo fazer, para ser submetida à apreciação, ao prazer, ao lúdico, mas principalmente à interação com o universo.

(... ) Fernando, transforma os trançados em "madras", as tramas em abstrações, marcadas pelas largas eexpressivas massas de cor e luz. Seus tons aquecem os objetos geometrizando - os. "São variações de quantidades de luz reduzidas a qualidades diferentes de cor." ( Mondrian).

O artista descobre ainda o movimento da cor, indo do fazer popular, diante do motivo, até chegar a obra de arte. Trama, trançados - origem de toda a existência, buscados na ancestralidade, raiz da infinidade de fenômenos, é um jogo de vida.
Para Fernando Freitas Pinto, um jogo de ideias, de formas de planos de cores, de luzes, de texturas, com uma apurada técnica que o permite trabalhar o pincel e a espátula, em óleo sobre telas de grandes dimensões. Ele consegue uma harmonia rítmica e plástica onde a aparência e transparência formam também um jogo criativo e simbólico."

Célia Gomes - Professora, Mestre em História da Arte da EBA/UFBA. - 1999


O Semelhante no Dessemelhante

"É muito difícil trabalhar com o simples, o único, o mínimo - onde menos        
é sempre mais - quando o único não é o vazio, e o vazio é o suficiente.       
O trabalho de Fernando Freitas Pinto, a primeira vista, nos parece               
simples, mas é altamente complexo e rico em técnica - forma e conteúdo."

"O Semelhante no Dessemelhante", título do trabalho de Fernando Freitas pinto, nos leva à várias reflexões, perguntas, especulações e interpretações. Um título filosófico, poderíamos dizer assim. Segundo Jacques Derrige o signo não possui um significado imediato - "não é uma coisa presente e sim um processo de presença e ausência".

E assim se apresenta seu trabalho, como um todo. O pote - os potes - que potes? Afinal o que é um pote? - o que nos parece simples, torna-se complexo quando este objeto nos leva a pensar sobre os seus significados e origens. pote - argila - barro - o fogo - cerâmica - tão pré-histórico e de múltiplas funções: utilitário - funerário - mítico, sagrado e profano - que aqui se apresenta, ora como pintura carregando todas estas possibilidades e muitas outras construídas por cada espectador - ora como simples objeto de cultura.

- O que nos parece simples, torna-se complexo quando entendemos a pesquisa formal e técnica de Fernando Freitas Pinto, em transformar o singular (um tema, uma forma, um objeto, uma cor) em plural - o objetivo - uma pluralidade de formas - presença e ausência de luz - o vazio - o silêncio - uma acomodação - quase que uma narrativa - às vezes apenas um diálogo - uma interação entre suas formas - um barulho...

Toda esta presença e ausência de possibilidades aumenta, cada vez mais que olhamos para suas pinturas. Um quase real - um quase perfeito - um quase figurativo - um quase abstrato e são todos estes "quases" que transformam suas simples pinturas em objeto plástico, dentro de uma obra aberta, onde o espectador pode construir sua própria normativa.

É muito difícil trabalhar com o simples, o único, o mínimo - onde menos é sempre mais - quando o único não é o vazio, e o vazio é o suficiente. O trabalho de Fernando Freitas Pinto, a primeira vista, nos parece simples, mas é altamente complexo e rico em técnica - forma e conteúdo.

Sua exposição, assim como o seu memorial - possuem a mesma simplicidade e elegância e sofisticação do seu tema e contudo que acabamos de falar. Fernando Freitas Pinto vem construindo toda a sua carreira num patamar de excelência. Como professor da Escola de Belas

Artes desenvolve seu trabalho com determinação e ética profissional, colocando em prática, também na área administrativa, como Vice Diretor, toda a sua experiência e formação adquirida na área de empresa privada. Por isso, assim como seu trabalho prático, todo o comportamento profissional de Fernando tem sido simples e eficiente.

Maria Celeste Wanner - Professora, Doutora em Artes e Ex-diretora da EBA - 1996


A Exposição de Fernando Freitas Pinto

"A exposição de Freitas Pinto é resultado desta relação de benefício
mútuo, onde os interesses do patrocinado e patrocinador, fundem-se
numa visão maior que é a de engrandecer a Bahia cultural."  
           

"A exposição "O Semelhante no Dessemelhante", de Fernando Freitas Pinto, representa mais um elo de ligação da Copene com a comunidade cultural da Bahia, através do Prêmio Copene de Cultura e Arte.É com a instituição deste Prêmio que a empresa tem demonstrado o quanto lhe é importante, além dos benefícios advindos da sua atividade industrial, estar presente na vida cultural dos baianos, estimulando, promovendo e apoiando uma série de iniciativas que agregam valor à imagem da Bahia, merecidamente projetada como um dos maiores polos culturais do país.

Lançado no final de 95, o Prêmio Copene de Cultura e Arte veio para ficar, tal a acolhida que vem despertando junto ao público a que se destina, o que nos leva a convicção de que se consolidará como uma rica parceria entre a empresa e os artistas a terra. A exposição de Freitas Pinto é resultado desta relação de benefício mútuo, onde os interesses do patrocinado e patrocinador, fundem-se numa visão maior que é a de engrandecer a Bahia cultural."

Otto Vicente Perrone - Diretor Superintendente da Copene - 1996


Fernando Pinto, Artista em destaque na Escola de Belas Artes

Atualmente, está expondo no "Artista em Destaque" da Escola de Belas
Artes o conhecido e consagrado artista Fernando Freitas Pinto.             
Fernando Freitas Pinto é um dos mais importantes artistas da Bahia.
    

"A Escola de Belas Artes possui um painel destinado a exposições de artistas contemporâneos, no sentido de oferecer aos seus alunos, professores e funcionários, alguns dos exemplos mais expressivos das artes plásticas da Bahia. Já foram expostos, Emídio Magalhães, Leonardo Alencar, Udo Knoff, Riolan Coutinho, Henrique Oswald, Floriano Teixeira dentre outros.
Eventualmente, o Painel em Destaque oferece também à sua comunidade exposições com o sentido de resgatar a memória do seu passado, como já aconteceu nas comemorações dos seus 117 anos de existência, tendo apresentado uma síntese de sua história, com a presença do seu principal fundador, Miguel Navarro Y Canizares. O painel, O Artista em Destaque, foi criado em 1991 como uma das atividades extensionistas mais importantes da Escola de belas Artes mais importantes da Escola de Belas Artes.

Atualmente, está expondo no "Artista em Destaque" da Escola de Belas Artes o conhecido e consagrado artista Fernando Freitas Pinto. Fernando Pinto é um dos mais importantes artistas da Bahia e a sua obra já foi apreciada por vários críticos de arte, dentre eles, Romano Galeffi, Ivo Velame, Reynivaldo Brito e Carlos Eduardo da Rocha.

Fernando Freitas Pinto é um dos mais dedicados e competentes professores da Escola de Belas Artes, tendo se destacado desde a sua formação acadêmica, concluindo o seu curso com nota dez em todas as disciplinas. A mesma "performance" Fernando Pinto repete na realização do seu Mestrado, atualmente em conclusão.

O artista plástico Fernando Freitas Pinto apresenta no "Artista em Destaque" da Escola de Belas Artes várias fases de sua produção pictórica, destacando-se a sua preferência pela técnica de representação hiper-realista. Bastante seguro em suas convicções estéticas e possuidor de uma apurada técnica, Fernando Pinto é um profissional exemplar e, em todas as suas atividades, demonstra competência e dedicação, como comprova atualmente como representante da Escola de Belas Artes no Conselho de Coordenação da Universidade Federal da Bahia."

Juarez Paraíso - Professor, Artista Plástico e Crítico de Arte - 1996


Intuição Metafísica

"Fernando o intuiu nos potes. Aliás, qualquer Metafísica vale tanto
quanto ela se torna fenômeno, isto é, se torna perceptível e         
inteligível no seu outro, e este é o diferente e o dessemelhante."

"Fernando Freitas Pinto expõe vinte e uma telas, todas com o mesmo objeto: o pote este utensílio tão primitivo, que remonta à pré-história do homem, e que ao longo dos séculos e na diversidade das culturas, conserva com singular fidelidade sua forma e seu material.
Primitivo também em um outro sentido: o mítico-antropológico, pelo seu simbolismo uterino, representando a fecundidade humana, bem como a fecundidade da grande Mãe Terra. Numa profunda intuição metafísica, o Autor deu à sua exposição o título de O Semelhante no Dessemelhante.
De fato, todos os potes obedecem a um mesmo modelo, e assim são todos semelhantes uns aos outros. ... Mas quem diz "semelhança", um conceito aberto que conota o seu contrário, já diz "dessemelhança" e "diferença".
Isto ocorre na pintura de Fernando não apenas por uma imposição transcendente ao objeto pintado e à técnica artística, caráter este transcendente que, não obstante, permaneceria inconsciente, e revelaria apenas "limitação" do objeto, do artista, e da própria arte.
Pelo contrário, esta dessemelhança na semelhança é em Fernando o seu mais profundo "objeto intencional". É assim que ele não pinta apenas os potes, as formas materiais, mas os "conjuntos", as "posições" e as "superposições", a "profundidade", às vezes tão nítida que o espectador quereria com o braço alcançar o fundo do pote, e pára tocando a tela lisa... Assim, o Autor pinta verdadeiras "coreografias".
E, no meu entender, tudo isto ele o consegue graças à luz que ele cria sobre a tela, com perfeição, da qual a evidência maior ou menor das formas materiais, a proximidade, a distância, a profundidade, são como que decorrências naturais, graças ao contrário da luz; a sombra.
Com tudo isto Fernando, pintando embora "objetos" tão "materiais", tão concretos", tão "comuns", consegue fazer uma pintura muito "abstrata" - e, com estas linhas de abertura e transcendência, o espectador pode deixar a exposição tendo aprendido o mais importante: como é o Universo.

Finalizando: Veja-se que o eterno problema da Filosofia especulativa sempre foi o uno e o múltiplo, a essência e a existência, o universal e o singular, o todo no fragmento, a identidade na diferença - Fernando o intuiu nos potes. Aliás, qualquer Metafísica vale tanto quanto ela se torna fenômeno, isto é, se torna perceptível e inteligível no seu outro, e este é o diferente e o dessemelhante."

Delmar E. Schneider - Doutor em Filosofia e Teologia (in memoriam) - 1996


Construtivismo Etnológico

O trabalho de Fernando Freitas Pinto caminha sobre a simplicidade do
gesto do oleiro aos traçados de esteiras, ou até mesmo do artesão do 
‍berimbau - em processo de mimese, termo grego que se refere não à  
imitação,mas ao aprimoramento, à transcendência e auto superação.
 

"Mestre de Mestres, professor, pintor, muralista, desenvolveu mais de duas centenas de pinturas sobre a temática de inspiração etnológica. Em sua retrospectiva dos últimos dez anos de pintura, podemos observar uma espinha dorsal em seu trabalho, um aprofundamento nas raízes do seu povo, utilizando-se de inspirações da fragmentação de imagens cubistas, do geometrismo peculiar das artes primitivas e das cores puras do construtivismo.

O trabalho de Fernando Freitas Pinto caminha sobre a simplicidade do gesto do oleiro aos traçados de esteiras, ou até mesmo do artesão do berimbau - em processo de mimese, termo grego que se refere não a imitação, mas ao aprimoramento, à transcendência e auto superação. Os utensílios ganham status de arte, no sentido de fato social total, onde o artista, identificado com o seu tempo, não renega o passado, a herança da arte, trabalhando com a tradição que lhe é próxima.

Após uma década de trabalho, as obras se inserem na exaltação da arte utilitária, tomando a pintura como linguagem em busca do desconhecido. Temos uma tendência a considerar a cultura ocidental, ou a arte ocidental, aquela proveniente das águas dominadoras da metrópole colonizadora, mas não podemos esquecer que o pensamento ocidental é construído por diversas amálgamas. Deve-se mais aos artistas que aos historiadores a descoberta dos passados formadores da arte ocidental.

A arte africana foi relegada ao seu instinto primitivista e utilitário pelos arqueólogos, etnólogos e historiadores até que Pablo Picasso a tivesse compreendido por uma espiritualidade plástica que transcendia ao entendimento tridimensional do mundo.

Para os africanos, a arte existe um cenário imaginário plasmático e impalpável, confundindo-se com uma espécie de energia de que o ocidental só veio a se dar conta após a compreensão da física quântica de Heisenberg, através da incerteza do lugar e do quando.
As máscaras dos eguns em suas danças refletem para o africano, ou baiano em transe, um outro lugar dos espíritos e outro tempo da existência. Tal qual a obra de Freitas Pinto: no seu espírito de desconstrução da tridimensionalidade, ele arremete em fragmentação expondo, como no cubismo, a consequência do pensamento, a imaginação, sendo mais amigo da arte, pois pinta o que não vê. Imagina sem ver.

A tridimensionalidade tem mascarado a compreensão ocidental do mundo pois o homem do ocidente só crê no real, no exato e no palpável. A hegemonia da imagem tridimensional retira do espectador o devaneio do sonho. A hegemonia do especo destrói, com as possibilidades elásticas quando, a releitura através da recomunicação das raízes.

Fernando Freitas Pinto nos propõe um método, uma saída, ao menos uma possibilidade.

A compreensão absoluta do fato artístico é efêmera. A intenção do artista lhe escapa e muito mais ainda a terceiros. Muito embora os artistas modernos tentem escapar das influências passados, Paul Klee se utilizou do geometrismo africano quase de forma plagiaria. Ao contrário, Freitas Pinto se expressa no mono cromatismo como forma de autonomia da obra, surgindo do resvaladio da cerâmica. A arte vive hoje a síndrome da transitoriedade. O padrão é visto como a sombra do inatingível. As conquistas sedimentadas são relegados sobrepondo-se elementos de ruptura como base e paradigma.

Mestre Fernando Freitas Pinto consegue recriar num processo aparentemente de reprodução, fazendo para todos nós a advertência de que, na busca de fronteiras, caminhamos nas trapobanas, esquecendo o domínio técnico da arte reprodutiva, utilitária e nos embebendo nas sombras de uma arte alienígena que muitas vezes não nos dirá quem somos e nem ao menos em quem nos tornamos.Ele valoriza a simplicidade da arte utilitária autóctone.
Os mestres pintores além das questões fundamentais que envolvem padrões não devem esquecer que as maiores revoluções se manifestaram após o domínio e a superação de uma técnica, a exemplo de Picasso e J. Van Eick. Esses dois autores são referenciados na obra de Freitas Pinto, passando também por Mondrian esse último buscando uma didática simples para chegar ao receituário da arte, terminando por criar um outro tipo de arte.

A crítica que faço ao mestre Fernando Freitas Pinto não possui um caráter exclusivamente pictórico. O trabalho exaustivo que faz, desde a pesquisa incansável na arte ao magistério, nas harmonias não catalogadas, no uso da quarta dimensão em objetos fragmentados. A sua arte não chega a se abstrata, pois não rompe totalmente com o naturalismo.

É criada uma figura distanciada do real, possuindo um ritmo e movimento alcançados pelo geometrismo e pelos tons, em busca de um construtivismo etnológico que visa um restauro, uma reconstrução, sem apelar para o impossível."

Alberto Olivieri - Doutor em Arquitetura e Filosofia da Arte - 1996


O semelhante no dessemelhante

"Fernando, constrói objetos que partindo de formas semelhantes chegam
a um conjunto de vibrações ricas e complexas de volume, textura, cor   
e luz. As formas realistas e abstratas tornam-se equivalentes ‍como é    
equivalente o processo do semelhante no dessemelhante." 
                  

"Um jogo semântico que se completa num jogo plástico, onde o dessemelhante exterior torna-se a maior semelhança interior. É a familiaridade da forma primeira - o pote cerâmico - que, fazendo parte do universo mental de cada um, é incorporado pelo artista, através de um tema regional, a um domínio mais amplo, o domínio sígnitico.

A dessemelhança vem ainda pela significação, é a forma que vai se desapegando da ideia primeira e que, pela vontade interior do artista, transforma o objeto utilitário em signo imaterial, carregado de força criativa, de massas que se metamorfoseiam num jogo de claro-escuro, de luz e sombra.

É nesta ambiguidade plástica que a forma primeira, o pote, perde certos aspectos da realidade, para ganhar em simbologia. Para Cézanne, "a pintura viu-se capaz de construir sistematicamente objetos que não eram parecidos mas análogos aos da experiência sensível".

Fernando, constrói objetos que partindo de formas semelhantes chegam a um conjunto de vibrações ricas e complexas de volume, textura, cor e luz. As formas realistas e abstratas tornam-se equivalentes como é equivalente o processo do semelhante no dessemelhante. No seu trabalho encontramos expressões de vida, fixadas pela forma e pela cor, que vão além da harmonia plástica para uma linguagem de pós-modernidade.

Ele busca no barro, origem do homem, a força da sua comunicação, mas é na linguagem simbólica, que encontra o significado. O mais simbólico é tirado do real, pois não se pode excluir as possibilidades sociais dos conceitos estéticos.

O fato técnico gerador de objetos e o fato mental defensor de conceitos é que se concebe o objeto figurativo - a obra de arte. Mas o caráter da obra é também a relação artista sociedade, onde a arte não é mais uma técnica especializada, um conhecimento exclusivo, mas a habilidade manual de expressar uma vida, não só individual mas também coletiva. Pois a vida necessita de forma, assim como as formas estão plenas de vida.

Os trabalhos de Fernando Freitas Pinto mostram ainda o equilíbrio dos tons de ocre, com formas sinuosas, o mesmo equilíbrio de que o homem precisa para viver e participar do seu universo.
"E aquela maneira de formar do artista que se torna a maneira de ver a coisa".

É o símbolo plástico, uma forma de pensamento ao mesmo tempo simples e elaborada, resultado do esforço criativo e da experiência do autor. Encontro do homem com a natureza, encontro de duas força, semelhantes e dessemelhantes."

Célia Gomes - Professora, Mestre em História da Arte - 1996


O mestre Fernando Freitas Pinto

"A simplicidade do modelo e da composição motivam o artista ao exercício da   
criatividade ‍visual. O resultado é um instigante efeito perceptual, onde as        
contradições visuais enriquecem o resultado plástico e expressional."
              

"O trabalho prático do pintor e professor Fernando Freitas Pinto é, antes de tudo, um exemplo do nívelque se espera de trabalhos dessa natureza. A exposição apresentada na NR Galeria de Arte foi produzida com apurada técnica e bom gosto,correspondendo, plenamente, às exigências da criação e produção de um artista profissional.

O Professor Fernando Pinto é um artista bastante experiente, conhecido e respeitado no mercado de arte de Salvador, assim como pelos cronistas e críticos de arte. Trabalhando com um só tema e com um único modelo e, ainda mais, restringindo a sua palheta a uma única cor, o artista enfrentou um grande desafio, diante do perigo da monotonia, do desinteresse visual, que tal proposta poderia gerar.

Introduziu ainda, na estrutura formal e monocromática de suas composições pictóricas, mais uma limitação, ou seja, o estabelecimento de um constante plano de fundo, e isto, claro está, por uma questão de linguagem artística, de estilo.

Um dos méritos do seu trabalho reside na conquista da variedade capaz de impregnar o seu trabalho de interesse e significação estética, uma vez limitado os fatores de contraste e da criação de tensões visuais. Pelas limitações impostas, no contexto monocromático e na repetição do mesmo modelo, o artista buscou, exaustivamente, durante dois anos de concepção e realização, diversas soluções plásticas, optando, finalmente, por um tratamento inteligente e sutil dos contrastes tornais, dos contrastes de posição, nas diversas angulações e através de vários cortes.

Fica bem evidente a utilização dos efeitos de volumetria e de espaço, como fatores de expressão plástica, o que concorre par uma tendência ao Hiper-realismo, no que concerne à apropriação da imagem real do modelo utilizado. Em contrapartida à utilização de um único modelo, é quase constante o preenchimento da superfície do suporte da pintura pela multiplicação da imagem. O contraste é aplicado com criatividade, tirando-se partido dos cortes e do posicionamento diversificado, com visão lateral, de topo, e de fundo.

O artista enfatiza, para a dinâmica da estrutura formal dos seus quadros, embora visíveis, possuem existência virtual e expressam ação rítmica. Considerando a estrutura geométrica da composição, as soluções plástico-abstratas do artista Fernando Pinto concentram-se também na elipse, elipse que absorve o olhar, fixando-o na individualidade, uma vez utilizada como modulador da luz e da sombra.

Embora o volume seja forte fator de expressão artística, a multiplicação do modela se dá, quase sempre, estendida frontalmente e não em progressão diagonal, gerando uma espécie de anatomia de primeiro plano, o que beneficia a unidade plástica do conjunto.

Essa anatomia é mais ainda presente quando o fluxo e refluxo dos efeitos tonais confere aos objetos diversas texturas visuais, enriquecendo o caráter interpretativo das pinturas. Os ocres e marrons compõem a estrutura cromática das composições, enquanto as diferenças de luz e sombra definem os contornos, impondo o ritmo abstrato do claro-escuro.

O sentido de iluminação é arbitrário, isto é, não se subordina a um único foco de luz. Revela e identifica a individualidade figurativa subordinada à expressão plástica, não obstante a forte definição realista do volume e da verossimilhança. Não obstante os efeitos próprios do Hiper-realismo, a profundidade e o volume são devidamente controlados, conduzidos pelo fundo como parâmetro espacial. Na verdade, trata-se de uma ilusão que se transforma em metáfora visual, poética, e mesmo quando o artista persegue a semelhança só encontra a dessemelhança, pois como bem afirma Gombrich, no seu livro Arte e Ilusão, "não há realidade sem interpretação".

No conjunto do Trabalho Prático do artista e professor Fernando Pinto, dentre os 20 quadros e um políptico com quatro peças, encontramos uma composição com uma única imagem do modelo assumido, posicionando com a parte superior paralela ao perceptor. A simplicidade do modelo e da composição motivam o artista ao exercício da criatividade visual.

O resultado é um instigante efeito perceptual, onde as contradições visuais enriquecem o resultado plástico e expressional. A imagem está centralizada e circundada pelo fundo e branca uniformidade. A relação figura-fundo contraria a lógica do realismo da configuração. A imagem do pote, como figura, apresenta-se na frente do fundo branco, mas, ao mesmo tempo, o que é aparentemente impossível, o perfura, pela sua parte interior, projetando-o para a frente. Independente da importância do trabalho de arte do artista Fernando Freitas Pinto, seria uma grave omissão deixar de considerar a importância da sua presença na Escola de Belas Artes.

Como professor tem sido um dos mais competentes e dedicados e como representante da Escola no Conselho de Coordenação da UFBA tem se destacado como um dos seus mais importantes componentes."

Juarez Paraíso - Professor, Artista Plástico e Crítico de Arte - 1996


A leitura semiótica


"A leitura semiótica - aqui entendida como Teoria dos Signos - da obra de Fernando revela
muitas possibilidades de interpretação, a começar pelo próprio título da mostra."
              

"Por intermédio de vinte e um trabalhos, apresentados em vinte e seis telas na técnica a óleo, a partir de uma forma e uma cor, Fernando Freitas Pinto reitera o fundamento da sua pesquisa. Para ele, a pintura é um propósito como toda obra de arte: De fato, a arte prima pela subjetividade porque não é servil, justificando assim o seu caráter instigante, insólito, provocador, transgressor mesmo e sempre imprevisível.

A leitura semiótica - aqui entendida como Teoria dos Signos - da obra de Fernando revela muitas possibilidades de interpretação, a começar pelo próprio título da mostra. Uma delas está na capacidade de nos revelar que nem tudo que é habitual é banal: um pote cerâmico com marcas de queima já fez ou continua a fazer parte do nosso cotidiano - é objeto comum "de toda a humanidade", e ao mesmo tempo é capaz de comportar informações surpreendentes.

Outra possibilidade se vê na simplicidade dos tons presentes nas telas, sugerindo, por meio de luzes e sombras, novidades e reminiscências... Mais uma possibilidade pode ser a de reunir, explícita e implicitamente, os elementos água, terra, fogo e ar, para com eles, e somente com eles, trabalhar a complexidade de tantas formas nos limites do figurativo, construindo riquíssimo painel de interpretações icônicas.

Para a Semiótica, as relações artísticas são flagradas sempre em associações por semelhanças, no transe de repertórios tangenciais que suportam a dessemelhança entre o que se percebe e a sua correspondente imagem ou signo, mediada por algum tipo de analogia. Por isso, o título da exposição é rigorosamente semiótico.

... Além dos ícones e dos índices, a mostra nos revela ainda um caráter sígnico de terceiridade. Na expressão dos potes quebrados e na apurada técnica da linguagem abstrata que se insinua em algumas telas, talvez se situe a verbalização de rupturas . resta esperar para saber que novos caminhos estão fascinando a percepção do artista, quiçá propondo novas aventuras, com novas semelhanças em outras tantas dessemelhanças."

Isaías Neto - Professor, Doutor em Filosofia Semiótica - 1996


O mestre Fernando Freitas Pinto

"O semelhante no dessemelhante é tratado com muita simplicidade
e inteligência, valorizando particularidades do sentido utilitário     
sem efemeridades, o que tem sido esquecido pela pintura."
         

"A obra de Fernando para mim, não possui um caráter simplesmente icônico, pois o resultado da sua obra na temática dos potes, no entanto além do julgamento dos ícones expostos devemos analisar a resposta do mestre dentro do processo.

O julgamento baseado no PESSOA passa por um pressuposto do objeto finalizado posto à comunicação. A crítica ao mestre envolve além dos resultados, o suor, a pesquisa constante conforme demonstra o longo caminho já percorrido. A verdade não é somente configurada na palavra do interlocutor mas sobretudo no conceito prévio já estabelecido pela prática da vida do emitente.

Nesse sentido não julgamos somente a obra apresentada para obtenção do grau de mestre, pois "compreensão é vida", verificamos o desdobramento do autor em todas as práticas realizadas para a conclusão do seu mestrado.

Os quadros do semelhante no dessemelhante foram apresentados para mim gradativamente abrindo-se com simpatia a compreensão dos mesmos de forma sedutora. A pintura e o domínio da técnica levou Fernando Freitas Pinto a expressar-se no figurativo etnográfico, não abandonando o que há de mais essencial na pintura, reportando-se aos grandes autores, somando ás suas obras as tênues cromáticas da cerâmica queimada utilizada pelos grandes mestres.

Muito embora esses valores tenham sido negados pelos modernos os mesmos utilizaram bastante as técnicas desenvolvidas pelos antepassados, as quais poderíamos denominar de unidades semânticas da pintura que se constituíram em sistemas de figuração padrão a exemplo da perspectiva atmosférica descoberta por VAN EYCK, que foi repetida inúmeras vezes pelos impressionistas bem como pelos contemporâneos e outrora os
modernos.

Nas harmonias monocromáticas que surgem das resvaladuras da cerâmica o pintor reporta-se a diversas pinturas em várias épocas, separando o essencial, definindo a autonomia de uma cor como forma de expressão de toda uma obra, impressa nos vasos indígenas como pretexto para a integração com as raízes culturais do seu povo.

O semelhante no dessemelhante é tratado com muita simplicidade e inteligência, valorizando particularidades do sentido utilitário sem efemeridades, o que tem sido esquecido pela pintura. A arte vive hoje a síndrome da transitoriedade, o padrão é visto como a sobra imediata ao inatingível. As conquistas sedimentadas são relegadas sobrepondo-se elementos de ruptura com base e paradigma.

O Mestre Fernando consegue recriar num processo aparentemente de reprodução, fazendo uma advertência para todos nós que na busca de fronteiras caminhamos nas trapobanas, esquecendo o domínio técnico da arte reprodutiva utilitária ou de outra maneira uma forma de tornar cada vez mais utilitária a própria arte, fazendo-a presente em todo lugar onde a mesma se faça necessária.

Na descoberta de harmonias não catalogadas, no uso da quarta dimensão em objetos não fracionados e decompostos em sub-unidades alcançando um "lirismo cósmico", recriando sob aparência a realidade útil, esse trabalho de mestre que usa a palheta com fonte metodológica para aplicabilidade no ensino e na pesquisa pinta Fernando com referência ao que foi realizado e bem exposto a público, com referência a toda organização mercadológica exposta em quatro cantos da cidade do Salvador incluindo filme realizado pelo próprio autor sobre o tema e evento conclusivo, o professor demonstrou alta capacidade de trabalho, referencial teórico, na erudição da soma, na compreensão da vida, na cultura da síntese acoplando-se na energia criadora do cosmos.

Pela qualidade da sua obra esses quadros demonstram como o objetivo foi atingido.
"segue o teu destino Rega as tuas plantas Ama as tuas rosas O rosto é a sombra De árvores alheias" F.Pessoa"

Alberto Olivieri - Professor, Doutor em Arquitetura - 1996


A pintura realista de Freitas Pinto

"A temática da sua predileção, as formas variadas de cerâmica popular da Bahia,
empresta-lhe originalidade, na criatividade de quadros de grande beleza."  
       

"Fernando Freitas Pinto, um artista moderno, sem querer rótulo de qualquer dos movimentos da arte contemporânea, para a sua poética, posso considerá-lo um pintor realista tendo em vista as suas temáticas. Pintor da figura humana, da realidade, das formas e objetos do mundo corpóreo, Freitas Pinto, por sua formação erudita, tem muito bem definida a sua poética. Realiza a sua pintura, com todos os processos do seu magistério, aplicando com exatidão o desenho do formalista, as leis clássicas da perspectiva, da forma e fundo e da perfeita ilusão do espaço.
Na construção dos seus quadros, a utilização do espaço é correta; a composição equilibrada, e o cromatismo muito pessoal.

A temática da sua predileção, as formas variadas de cerâmica popular da Bahia, empresta-lhe originalidade, na criatividade de quadros de grande beleza.
A fidelidade a essas formas simples e despojadas faz o caráter principal da sua pintura realista, na forma, no fundo e na cor das terras, brancos e vermelhos tão lançados.

Fernando Freitas Pinto, como outros pintores de fama e glória não se repete, nos seus temas, cada um dos seus quadros é uma admirável obra da sua criação."

Carlos Eduardo da Rocha - Professor, Crítico de Arte e Escritor (in Memoriam) - 1994


A pintura De Fernando Freitas Pinto

Sua obra restaura um ilusionismo técnico secular afetado no  
seu prestígio pelos movimentos artísticos do início do século.


"Muito temos refletido sobre a arte de hoje e alguns elementos têm sido considerados para entendimento da arte de um período indefinido, de múltiplos caminhos, revisionista do passado distante e próximo, onde o novo faz questão de não ser tão novo: Imbuído destas "incertezas" é que ensaiamos um entendimento da pintura recente de Fernando Freitas Pinto.

"... Sua obra restaura um ilusionismo técnico secular afetado no seu prestígio pelos movimentos artísticos do início do século. É o resgate do prazer, da repetição da realidade... Resgate nos parece ser um termo apropriado para definir o processo concepcional de Fernando.
A abordagem pela pintura de uma arte tão estreitamente ligada às origens do homem com a cerâmica, cheira a busca do sentido primeiro da vida, possibilitada pelo encontro da terra com a água, fogo e ar".

No entanto, seus potes, talhas e recipientes não são de argila mas de tinta e não servem para conter líquidos ou guardar alimentos, mas para saciar a sede de sensações dos homens. É de fato um novo significado conferido a objetos que na vida diária são ordinariamente percebidos pelo pragmatismo de suas funções, carecendo de um contexto museológico e estetizante para que suas formas, cores, texturas e ornamentos sejam completamente assimilados... "

Luiz Freire - Professor, Museólogo e Doutor em História da Arte - 1994


O Mestre Fernando Freitas Pinto.

"Estamos falando apenas da personalidade desse grande artista, professor
e amigo, pois falar da sua arte seria reiterar o que grandes expoentes da 
crítica local e nacional já o fizeram e da melhor forma possível."
               

Poucos se sobressaem e conquistam posições as mais honrosas e Invejáveis no cenário artístico em geral. Lembramos um exemplo vivo, dentre vários outros aqui na nossa terra: Fernando Freitas Pinto, um artista que sempre trouxe dentro de si o talento, a criatividade e, sobretudo, a força de vontade.

Na Escola de Belas artes foi onde o encontramos, quando ele estava quase terminando seu curso de Artes Plásticas. Na verdade sempre notamos as suas qualidades, principalmente o coleguismo, e a sua extraordinária força de trabalho.

Aprimorando sua técnica através do contato direto com a Escola de Belas Artes. Fernando soube aproveitar bem e partir para uma realização séria e independente da arte. Seu temperamento honesto e extrovertido o ajudaria na conquista de novos campos e etapas na sua vida profissional.

Ele é o que podemos chamar de incentivador das artes. Não se preocupando apenas com si mesmo, ele busca sempre exaltar e incentivar aqueles novos artistas que buscam um lugar ao sol. Com os colegas professores e artistas mostra-se compreensivo e sempre pronto a oferecer uma palavra de incentivo e de solidariedade.

Participa com real interesse da maioria das atividades da UFBA, dando sua contribuição experimenta especialmente quando se trata das artes visuais.

Estamos falando apenas da personalidade desse grande artista, professor e amigo, pois falar da sua arte seria reiterar o que grandes expoentes da crítica local e nacional já o fizeram e da melhor forma possível.

Ganhador de vários prêmios de arte, Freitas Pinto foi o vencedor do Prêmio Copene de Cultura e Arte em 1996, com a magnífica exposição individual de pinturas chamada de "O Semelhante do Dessemelhante" e tem em seu currículo mais de 100 exposições entre individuais e coletivas.o talentoso e celebrado artista está preparando a sua próxima exposição para breve na cidade e, a convite, se apresentará em Brasília para uma exposição individual dos seus trabalhos mais recentes.

Herbert Magalhães - Professor, Ex-diretor da EBA (in memoriam) 1993


Fernando Expõe e Expõe a Sua Forma de Ser


"Fernando é artista mesmo, é daqueles que nos revela e desoculta a essência
do mundo escondido em cada objeto. Quem tiver olhos para ver, verá..."       

"Fernando é do tipo que chega, que diz para que veio e que, ainda assim, consegue surpreender... Ou melhor, ele consegue cada vez mais, passar com primor técnico e absoluto, a surpresa e a paixão do seu encontro com o pote.

Pote no singular, sua forma única, feminina, elegante, no entanto, absolutamente simples, mas não pobre, muito pelo contrário, porque Deus também é simples quando cria! Deus e os artistas todos, estes possuídos pela loucura, a loucura divina! Tudo isto porque Fernando é apaixonado pelo objeto que ele delicadamente apresenta para nós.

Não sei que processo é esse, um amor que não quer só para si, pois ele o socializa, o torna público, é isso, Fernando expõe e expõe a sua forma de ser, o seu encantamento, e desprovido de todo orgulho e vaidade aparece tímido por entre os seus quadros.

Fernando é artista mesmo, é daqueles que nos revela e desoculta a essência do mundo escondido em cada objeto. Quem tiver olhos para ver, verá...

Antonio Saja - Professor, Doutor em Filosofia 1991


Fernando e Seus Potes

"Os potes de barro - o pretexto, o acontecido e todo artista cria a partir de      
algo que aconteceu a natureza, seres e objetos e as formas da própria arte."

"Talentoso e senhor de impecável técnica oficinal, ele vive a sua arte e nela circula, com inteira consciência, liberdade e alegre espontaneidade. Sua temática atual são os potes de barro, objetos que convivem com o artista no amplo espaço verde que antecede ao seu atelier, em Vilas do Atlântico. Os potes de barro - o pretexto, o acontecido e todo artista cria a partir de algo que aconteceu a natureza, seres e objetos e as formas da própria arte.

Da cerâmica utilitária e artesanal, Fernando Freitas Pinto propõe uma nova realidade. Todavia, ele não sente muita necessidade de deformar a realidade. Seus potes, por intencional decisão do artista, continuam formalmente próximos a nós expectadores e nos comunicam uma incontida vontade de abraçá-los.

São rostos e corpos sensuais femininos, ávidos de acariciamentos. Há neles uma força mágica de sentimentos, é o mistério da arte. Suas pinturas organizadas com toque de mestre, colorido e composição numa integração agradável, é o artista impondo a sua própria ordem à realidade do tema, fazendo prevalecer a sua visão artística e a matéria dos potes de barro transmuda-se nessa coisa interna, qualitativamente diferente que é a arte."

Ivo Vellame - Professor de História da Arte e Crítico de Arte - 1991


Uma Nova Fase na Pintura de Fernando Freitas Pinto

"Fernando Freitas Pinto afirma-se no domínio do seu ofício com um passo a mais nos
seus objetivos de artista nesta nova fase com outros quadros de maior beleza ainda."

"Freitas Pinto inaugura uma nova fase da sua pintura com o emprego de elementos diversos em termos de forma, das composições e do manejo das cores.
Fiel a sua temática de predileção: a cerâmica popular da Bahia na variedade das formas utilitárias dos potes e das talhas, continua com os propósitos realistas.

Em sua nova fase sem abandonar aqueles efeitos das tonalidades ocre do barro cozido, emprega também cores chapadas, enriquecendo o cromatismo, conservando a forma dos vasos tradicionais, que ele sabe construir com recursos tão próprios. O jovem pintor não resiste a busca da pintura pura, que é na verdade uma compulsão dos artistas modernos.

Na afirmação desses objetivos Freitas Pinto acrescenta aos seus novos quadros outro elemento construído com massas e volumes informais, abstratos de intenso colorido. O formalista afirma-se também como um colorista completando a sua pintura com novos procedimentos na realização da cor alcançando muito bons resultados.

As faixas coloridas que apenas envolvem as formas da cerâmica sem afetar a sua pureza, são como transparência acentuando mais ainda as linhas fortes do desenho.

Fernando Freitas Pinto afirma-se no domínio do seu ofício com um passo a mais nos seus objetivos de artista nesta nova fase com outros quadros de maior beleza ainda."

Carlos Eduardo da Rocha - Professor, Crítico de Arte e Escritor (in Memoriam) - 1991


Uma Obra Única, Não Imitável

"Seus potes, por intencional decisão do artista, continuam formalmente próximos a    
nós espectadores. Há neles uma força mágica de sentimentos, é o mistério da arte."

"A razão do artista apresentar este único tema no decorrer de muitos anos, torna sua obra única, não imitável e com um toque muito original na arte brasileira. Suas pinturas primam por um relacionamento amoroso entre as formas materiais dos potes e as formas docemente mágicas do pintor. A intenção do artista é socializar estes objetos cerâmicos produzidos em larga faixa do Nordeste do Brasil.

E isto é importante, uma vez que, em outras regiões do país eles apresentam grandes variações formais e matéricas. Socializar também no que se refere a presença hoje da obra de Freitas Pinto no exterior, o qual é um fato. É preciso não esquecer que a arte é um objeto social, é algo que circula, é um dar-se ao público. Ela é por natureza comunicante. Ela não existe para alguns, mas para todos.

Entretanto, o que eu vejo de melhor e de forma mais rica, o que eu vejo com um olhar interno, estético, olhar de modesto crítico de arte é a elevação "dos potes", peças de cerâmica à categoria, à dignidade de obra de arte de Fernando Freitas Pinto. ... Seus potes, por intencional decisão do artista, continuam formalmente próximos a nós espectadores. Há neles uma força mágica de sentimentos, é o mistério da arte."

Ivo Vellame - Professor e Crítico de Arte (in memoriam) - 1991


O Pintor Fernando Freitas Pinto

"Cada elemento na sua obra, apesar do barroquismo que incide nos elementos empregados, é um destaque
do seu próprio preciosismo, fazendo Fernando Freitas Pinto penetrar na dimensão maior da arte."
             

"Fernando Freitas Pinto é uma insofismável resposta de pintor que tem uma intensa convivência com o popular. É um perfeito casamento do que emerge do povo e tem sua interpretação erudita nas mãos de um artista que bem sabe usá-la com inteligência.

Os utensílios de barro tomam no seus trabalhos a dimensão ampliada das suas formas e uma arrumação mais pessoal fazendo parte de uma interpretação de quem convive com seu ofício com desenvoltura. Não é produto de adivinhação sua pintura, ela tem força da própria alma popular, seguindo a linha de um tratamento mais sofisticado, sem que isto seja uma perda.

O impressionante na obra de Fernando é uma total distância de um falso suporte erudito e sim de uma vivência com uma amadurecida trajetória dentro do mundo da forma e da cor. Cada elemento na sua obra, apesar do barroquismo que incide nos elementos empregados, é um destaque do seu próprio preciosismo, fazendo Fernando Freitas Pinto penetrar na dimensão maior da arte."

Calasans Neto - Artista Plástico (in memoriam) - 1991


A Pintura de Fernando Freitas Pinto

"A pintura de Fernando Freitas Pinto busca a valorização da figura       
que é transposta para a tela, com emoção, mas, num fazer cuidadoso,
onde o artista demonstra preocupação com a forma e a cor."
               

"A pintura de Fernando Freitas Pinto busca a valorização da figura que é transposta para a tela, com emoção, mas, num fazer cuidadoso, onde o artista demonstra preocupação com a forma e a cor. Existe um equilíbrio entre os volumes e os espaços preenchidos ou não por Fernando. Ele tem o senso profissional que o sustenta e o mantém ocupado entre outra atividade que desenvolve e a sua arte.

É quase uma opção total pela arte, sobre a qual Fernando gosta de falar, mostrando toda a sua sensibilidade. Escolheu a cerâmica como temática. Uma das primeiras manifestações do homem sobre a Terra, a produção de utensílios domésticos serve, inclusive, para se constatar nos elos da História o grau de civilização desse ou daquele povo, pela qualidade de seus objetos.

E, Fernando, compreendendo a nobreza e a importância dos potes, porrões, jarras e outros vasilhames feitos de barro pelo homem rural, apropriou-se das suas formas e da sua beleza plástica, dando-lhes uma certa nobreza pictórica.

Tenho acompanhado com certo interesse, o trabalho de Fernando Freitas Pinto e posso assegurar que a seriedade, aliada ao seu empenho, vem proporcionando uma melhoria qualitativa muito significativa na sua obra. Consciente da necessidade de um aprendizado diário, ele vai exercitando na tranquilidade do seu studio, em Vilas do Atlântico, uma obra que tende a crescer cada vez mais.

Tudo que diz respeito à arte é visto com atenção por esse artista que busca alargar os seus conhecimentos técnicos e seu universo de informação. Acredito na arte de Fernando, pelo potencial do seu talento e, também, pela sua determinação em aprimorar o seu traço, as formas que cria a temática que vivencia."

Reynivaldo Brito - Professor, Crítico de Arte e Jornalista - 1989


A Forma na Pintura de Fernando Freitas
Pinto

"Fascinado pela forma e por isso mesmo cultivando o desenho, Fernando mantêm uma temática própria,
com a motivação constante nos vasos de cerâmica popular da sua Bahia natal."
                                     

Fernando Freitas Pinto, artista de vocação definida, dono de uma obra realizada com bravura, pinta compulsivamente, com que a se cumprir no seu ofício. Fernando Freitas Pinto descobriu os recursos e modos que a sua experiência acumulou.Participando de numerosas exposições coletivas na Bahia, em São Paulo e Rio de Janeiro, conquistou muitos prêmios, menções honrosas, medalhas de prata e medalhas de ouro.

Fascinado pela forma e por isso mesmo cultivando o desenho, Fernando mantêm uma temática própria, com a motivação constante nos vasos de cerâmica popular da sua Bahia natal.
Além da fixação das formas tradicionais da cerâmica, alcança também com propostas realistas os tons ocres, avermelhados e terras do barro queimado com os melhores e mais belos resultados. Merece também ser destacada a composição de Fernando Freitas Pinto, que lhe permite variadas construções dos seus quadros, nunca repetidos na distribuição das massas e volumes.

Aplicando muito bem a velha regra da forma e fundo, o espaço branco de suas telas solta os volumes com surpreendentes efeitos. Para confirmar as suas preocupações de formalista, o jovem pintor volta-se para a figura humana fixando com maestria o corpo feminino.
O vaso consagrado que é corpo da mulher, na riqueza das linhas curvas de tanta beleza, encontra na pintura de Fernando Freitas Pinto uma expressão das mais completas, realizada com os elementos fundamentais da pintura: espaço. Linha e cor."

Carlos Eduardo da Rocha - Professor, Crítico de Arte e Escritor (in Memoriam) - 1989

Exposição de Freitas Pinto

Na tela, na cor natural do barro…

"... Potes de cerâmica, que faz com o mesmo domínio, segurança e perfeição do artesão que leva a vida inteira fazendo cerâmica. Na tela, na cor natural do barro, sobre um fundo quase da mesma cor em tom mais esmaecido, ou contra o fundo branco, eles se destacam com uma integridade difícil de alcançar, nas nuances do barro quando é queimado, nas sombras exatas , até na irregularidade de da cerâmica artesanal. São atraentes, tem todo o apelo da coisa feita com amor e perfeição".

Matilde Matos - Jornal da Bahia - Maio/1989


A Poética Pictórica de Fernando Freitas Pinto

"É, contudo, constante seu gosto pela estrutura, isso é, uma linguagem     
de efeito tridimensional apesar de sua busca incansável de uma dialética
cromática que roça o tonalismo."
                                                                   

"Fernando Freitas Pinto - pintor que tomou parte em dezenas de coletivas em São Paulo e na Bahia, tendo conquistado duas medalhas de ouro, duas de prata e uma menção honrosa, está preparando agora, uma exposição individual bastante empenhativa, a ser montada em Salvador.

Mediante umas 30 telas de dimensões variáveis de 80 x 100 para 50 x 50 cm, polariza Freitas Pinto sua temática entre estudos de detalhes do corpo feminino e recriações desenhativo-cromáticas de cerâmica vascular. Se nos trabalhos do primeiro tema combina com o nosso artista, seu natural atrativo pela figura anatômica com uma concomitante tendência a abstratizá-la em detalhes concebidos à guisa de close up, exprimindo assim uma sensualidade mitigada pelo puro amor da forma estética, no grupo dos vasos é
evidente sua preocupação inventivo-compositiva onde sua fantasia criadora parece atraída por visões evocadoras de atmosferas de sonhos congeniais a certo tipo de surrealismo.

No tratamento de ambos os temas é, contudo, constante seu gosto pela estrutura, isso é, uma linguagem de efeito tridimensional apesar de sua busca incansável de uma dialética cromática que roça o tonalismo.

As tentativas de novos caminhos que o observador atento pode descobrir aqui e acolá, ao lado do naturalismo basal que caracteriza a atual tendência de Fernando Freitas Pinto, resumem-se numa pintura agradável por seu patente senso decorativo."

Romano Galeffi - Professor e Doutor em Filosofia (in memorian) - 1988


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